quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CAPS I Cuité "acolher, cuidar, fortalecer"


O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) é um serviço que vem sendo oferecido a população do município de Cuité e tem como papel cuidar de pessoas que sofrem com transtornos mentais.

O CAPS I  está funcionando de segunda a sexta, e consta de uma equipe multiprofissional: Psicólogo, Assistente Social, Médica Psiquiatra, Terapeuta Ocupacional, Educadora, Oficineiro, bem como o apoio dos profissionais do NASF.








É função do CAPS I Cuité:
- prestar atendimento clínico em regime de atenção diária;
- acolher e atender as pessoas com transtornos mentais, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; 
- promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais; 
- regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental; 
- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; 
- promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.






O CAPS está localizado na Rua Colina da Lagoa, no Bairro São Vicente, antiga Creche Castelinho do Saber.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011



Rádio Tan Tan

17/09/2011

No fim da década de 1980, em Santos, assumiu a Secretaria de Saúde o sanitarista David Capistrano


 No fim da década de 1980, em Santos, assumiu a Secretaria de Saúde o sanitarista David Capistrano. Alguns anos depois, Capistrano seria o prefeito da cidade. Nessa época, Santos ajudou a construir a luta antimanicomial para acabar com milhares de hospitais espalhados pelo Brasil, que, em sua maioria, eram verdadeiros depósitos de pessoas. Esse manicômio tinha capacidade para 180 pessoas e abrigava cerca de 700. Muitos são os relatos de maus-tratos a internos em várias destas instituições.

O livro Canto dos Malditos inspirou o filme Bicho de Sete Cabeças, estrelado por Rodrigo Santoro. No filme, assim como aconteceu com o autor do livro, Neto (Santoro) é mandado para um manicômio pelo pai depois de ser pego com um baseado. Dentro do manicômio, ele sofre maus-tratos, submetido a tratamentos com remédios que afetavam suas capacidades cognitivas. Na verdade, os dirigentes das instituições por onde passava o personagem faziam de tudo para manter os internos o máximo de tempo no local, para continuar recebendo verbas públicas que pagavam a manutenção do espaço.

 A família, quando ia visitar Neto, o via cada vez mais debilitado e acreditava que ele estivesse com algum tipo de loucura. Quando ele tentava contar o que se passava dentro do local com lindos jardins, a família acreditava que seus relatos eram delírios de sua loucura.





A instituição de Santos, com a experiência de uma rádio chamada Tan Tan, atuou na contramão desses manicômios. O educador Renato Di Renzo foi convidado a trabalhar com projetos inovadores direcionados a pacientes com necessidades especiais, um desses projetos foi o da Rádio Tan Tan. Na rádio, os supostos ‘loucos' assumiam um personagem: marinheiro, surfista, coronel e assim por diante.
No início, o programa era transmitido apenas na instituição e ruas próximas a ela. Com o tempo, a rádio ganhou espaço em uma grande emissora de Santos. O programa, de uma hora diária, recebia ligações perguntando aos ouvintes: "Qual é a sua piração?". A rádio foi fundamental para incluir as pessoas com necessidades especiais na sociedade e para que as famílias pudessem compreender que a melhor solução para essas pessoas não era depositá-las em hospitais.
Uma curiosidade sobre a rádio está na escolha de seu nome. Em uma chuva de palavras, os pacientes disseram de que formas as pessoas se referiam a eles. Louco varrido, louco de pedra, doido, maluco, tan tan etc. Tantã, no dicionário, é o nome de um instrumento musical. Quando os pacientes passaram a perguntar o significado de tan tan aos médicos, estes afirmavam: "Louco". Ao que os pacientes diziam: "Não. Vem cá! Deixa eu te explicar."

LOUCO OU EXCÊNTRICO

Renato Di Renzo conta que um dia encontrou, em um aeroporto, uma pessoa que parecia se comportar como os pacientes. Conversando, descobriu que aquela pessoa tinha passado por vários manicômios, no Brasil e no mundo. Como ele dizia que tinha se curado, Renzo perguntou como, qual era o segredo para a cura. Ele respondeu: "Foi fácil. Eu recebi uma boa herança. Agora, de louco passei a ser excêntrico".

POLITICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL






Política Nacional de Saúde Mental
O Governo brasileiro tem como objetivos:
- reduzir de forma pactuada e programada os leitos psiquiátricos de baixa qualidade,
- qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG),
- incluir as ações da saúde mental na atenção básica,
- implementar uma política de atenção integral voltada a usuários de álcool e outras drogas,
- implantar o programa "De Volta Para Casa",
- manter um programa permanente de formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica,
- promover direitos de usuários e familiares incentivando a participação no cuidado,
- garantir tratamento digno e de qualidade ao louco infrator (superar o modelo de assistência centrado no Manicômio Judiciário),
- avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria.

Cenário atual
• Tendência de reversão do modelo hospitalar para uma ampliação significativa da rede extra-hospitalar, de base comunitária;
• Entendimento das questões de álcool e outras drogas como problema de saúde pública e como prioridade no atual governo;
• Ratificação das diretrizes do SUS pela Lei Federal 10.216/01 e III Conferência Nacional de Saúde Mental.

Dados importantes
• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes;
• mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas;
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;
• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado para a Saúde Mental.

Desafios
• Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial;
• Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial promotora da reintegração social e da cidadania;
• Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social, a violência e desemprego;
•Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.




AGENDA 2011
- 18 de maio
Dia Nacional de Luta Antimanicomial
- 9 de setembro
Dia Latino Americano e Nacional da Epilepsia
- 10 de setembro
Dia Mundial de prevenção ao suicídio
- 10 de outubro
Dia Mundial da Saúde Mental

A MULHER QUE FEZ A REVOLUÇÃO NA SAÚDE MENTAL DO BRASIL


Pioneira na crítica aos métodos tradicionais adotados pelas clínicas psiquiátricas, a doutora Nise da Silveira concede entrevista ao JB e defende o projeto de lei do deputado federal do PT-MG, Paulo Delgado, pela substituição progressiva dos manicômios por outras modalidades de atendimento aos esquizofrênicos.


Apresentado ao Congresso Nacional em 1987, o projeto só seria aprovado anos depois, em 6 de abril de 2001, tornando-se um marco da reforma psiquiátrica.


 Drª Nise promoveu uma revolução na Psiquiatria no Brasil. Criou a Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro. Fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, um centro de estudo e de pesquisa que reúne obras produzidas nos ateliês de pintura e modelagem (trabalho através do qual introduziu a psicologia junguiana no Brasil). Criou a Casa das Palmeiras, clínica destinada ao tratamento de egressos de instituições psiquiátricas, com atividades expressivas realizadas em regime de externato. Foi também pioneira na pesquisa das relações afetivas entre pacientes e animais. Foi membro fundador da Sociedade Internacional de Psicopatologia da Expressão, com sede em Paris.




Os princípios de Drª Nise inspiraram a criação de Museus, Centros Culturais e Instituições Psiquiátricas no Brasil e no exterior. A importância de sua obra foi reconhecida por inúmeros títulos, prêmios e condecorações em diferentes áreas do conhecimento: saúde, educação, arte e literatura. Faleceu em 30 de outubro de 1999.
Vejam alguns nomes que ainda continual  na luta: Paulo Amarante, Eduardo Vasconcelos, Marco José e Pedro Gabriel


Ato-Passeata de Encerramento do II Fórum Internacional de Saúde Coletiva, Saúde Mental e Direitos Humanos - maio de 2008 - UERJ. (Praia de Copacabana com organização do CTO)







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